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Passeio histórico cultural por Sorocaba

Estudantes do Instituto Federal conhecem o centro histórico de Sorocaba

Foto 1: Participantes reunidos em frente ao letreiro principal da cidade

Foto 1: Participantes reunidos em frente ao letreiro principal da cidade

       No último sábado, dia 27 de agosto de 2022, os estudantes do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) tiveram a oportunidade de conhecer parte da história do município por meio de um passeio promovido pelo Centro de Memória Operária de Sorocaba (CMOS). A artista Flávia Aguilera e o historiador Carlos Carvalho Cavalheiro foram os responsáveis pela condução do evento que teve início no Mercado Municipal e percorreu os principais pontos históricos do centro da cidade.
       Inicialmente, o historiador frisou sobre como patrimônios históricos podem funcionar como lugares de memória para uma sociedade lembrar a diversidade dos sujeitos sociais que compuseram a história de um município. No caso, Cavalheiro realçou a força dos escravizados em Sorocaba, as suas redes de sociabilidade e sua religiosidade na região do Mercado Central.

 

Foto 2: Carlos Cavalheiro explica a importância dos escravizados para a cidade de Sorocaba em frente ao Mercado Municipal

         Foto 2: Carlos Cavalheiro explica a importância dos escravizados para a cidade de Sorocaba em frente ao Mercado Municipal

       O segundo ponto do passeio foi a praça Cel. Fernando Prestes, local de crimes políticos, manifestações populares como greves, encontros afetivos e de mutações arquitetônicas ditadas pelo crescimento econômico da cidade. Cavalheiro realçou como as mulheres raramente aparecem no patrimônio histórico, mesmo sendo elas protagonistas na história do município. Posteriormente, os participantes conheceram dois outros lugares: a antiga Câmara dos Vereadores e Cadeia Pública, prédio atual dos Correios, e o monumento dedicado a Baltazar Fernandes, fundador de Sorocaba. O historiador ensinou a analisar o patrimônio histórico a partir de detalhes contidos em placas, inscrições, frases, cores e a disposição arquitetônica dos prédios. De forma crítica, apontou que estátuas como a de Baltazar Fernandes tendem a inferiorizar os indígenas, escravizados, os trabalhadores e trabalhadoras das fábricas e exaltar um tipo de mando político bastante idealizado, sobretudo, em relação aos bandeirantes.

Foto 3: Participante na Praça Fernando Prestes

Foto 3: Participante na Praça Fernando Prestes

Foto 4: Estudantes aprendem a analisar o patrimônio histórico

Foto 4: Estudantes aprendem a analisar o patrimônio histórico

       Por fim, Flávia Aguilera apresentou a importância da praça Frei de Baraúna como um grande centro cultural, de oficinas artísticas e de encontros como a Feira do Beco do Inferno. A artista apresentou sua pesquisa focada em mulheres operárias, a sua dedicação em tentar adentrar na subjetividade de mulheres do passado recuperando seus possíveis medos, traumas, dramas e melancolias. Aguilera mostrou a partir da análise de caso de uma mulher sorocabana considerada “louca”, como se escondem relações de poder perversas para com as mulheres trabalhadoras e a toda resistência feminina frente a imposições dadas pela condição social, de gênero e raça.

Foto 5: Flávia Aguilhera apresenta a importância da Praça Frei de Baraúna para o cenário cultural sorocabano

Foto 5: Flávia Aguilhera apresenta a importância da Praça Frei de Baraúna para o cenário cultural sorocabano

Foto 6 Foto 7

Fotos 6 e 7: Resultado da pesquisa realizada por Flávia Aguilera

       O evento contou com a participação dos estudantes dos cursos de Pedagogia, últimos anos do ensino médio, além do público externo. O passeio realizado pelo Centro de Memória Operária de Sorocaba reforça a necessidade da acolhida para a diversidade dos sujeitos que construíram a história do município e uma postura crítica contra os muitos silêncios que historicamente os vencidos tendem a ser submetidos.

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